quarta-feira, 8 de maio de 2013

Guy Fawkes - Conspiração da Pólvora



Guy Fawkes 

Guy Fawkes, católico britânico levado à forca pela traição do 5 de Novembro. Teve participação na "Conspiração da Pólvora",  na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos os membros do parlamento. Era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido.


  



Conspiração da Pólvora

A Conspiração da Pólvora foi um levante liderado por Roberty Catesby, que foi executado, assim como outros católicos insatisfeitos, pela repressão empreendida pelo rei protestante Jaime I aos direitos políticos dos católicos por causa de suas atividades subversivas contra a coroa, e para restaurar o poder temporal da igreja católica.

O objetivo deles era explodir o parlamento inglês utilizando trinta e seis barris de pólvora estocados sob o prédio durante uma sessão na qual estaria presente o rei e todos os parlamentares. Guy Fawkes, como especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.

Porém os conspiradores notaram que o ato poderia levar à morte de diversos inocentes e defensores da causa católica, portanto enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, o qual ordenou uma revista no prédio do parlamento. Assim acabaram encontrando Guy Fawkes guardando a pólvora.







Durante sua captura e interrogação, Fawkes permaneceu resoluto e desafiante, se identificando como "John Johnson" e se negando a fornecer informações aos seus captores. Quando lhe perguntaram o motivo de estar em posse de tanta pólvora, lhes respondeu que a pólvora era "para explodir todos vocês desgraçados bêbados de scotch de volta para as montanhas sujas de onde vieram". Fawkes admitiu sua intenção de explodir o parlamento e lamentou seu fracasso. Sua coragem acabou rendendo certa admiração do Rei James, que o descreveu como "um homem de resolução romana".

Essa admiração não evitou que o Rei ordenasse sua tortura "de maneira progressiva e planejada". Para a surpresa do torturador William Waad, Fawkes inicialmente resistiu aos tormentos infligidos e não forneceu informações significativas além de declarar "que rezava todo dia a Deus para o avanço da fé Católica e a salvação de sua alma podre".




Após mais de uma semana de tortura, Fawkes cedeu e entregou o nome de oito conspiradores. Sua assinatura de confissão, que era pouco mais de um risco ilegível, é indicio do sofrimento ao qual deve ter sido submetido.

Fawkes e os demais conspiradores foram condenados a serem estripados e esquartejados antes da morte por decapitação. Em um último ato de desafio antes de ser conduzido ao local de execução, Fawkes conseguiu se desvencilhar dos guardas e pular de uma escada, quebrando o pescoço e evitando assim a tortura. Seu corpo foi esquartejado e exposto publicamente junto com o dos outros conspiradores.

Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão.

Uma tradição sardônica dá a Fawkes o título de ser "o único homem que entrou no parlamento com intenções honestas".

Na Inglaterra até hoje existe a tradição de celebrar no dia 5 de novembro a  Noite das Fogueiras. Nesta noite bonecos com a imagem de Fawkes são desfilados na rua, agredidos, despedaçados e por fim queimados.

Uma rima tradicional foi criada em alusão à Conspiração da Pólvora:









Tradução:

"Lembrai, lembrai, o cinco de novembro
A pólvora, a traição e o ardil;
por isso não vejo porque esquecer;
uma traição de pólvora tão vil."


Há mais versos que se seguem a estes, dos quais alguns costumam não ser mais usados por serem ofensivos.



De 'traidor' a 'herói'...

Como Fawkes se tornou “herói”?

 A estilizada máscara foi popularizada pelo filme V de Vingança, que reabilitou o traidor católico em defensor da liberdade.




É uma cara diabólica: o sorriso de malícia, e os bigodes fininhos pretos revirados para cima mais a pêra minúscula no queixo, num rosto sinistramente pálido - a cara de Guy Fawkes, católico britânico levado à forca pela traição do 5 de Novembro, tornou-se num símbolo dos grupos anticapitalistas, que a usam como máscara nos protestos pelo mundo inteiro. Mas quantos se lembram - e lembram-se mesmo? - do 5 de Novembro?

De Londres a Nova Iorque, e em centenas de outras cidades americanas, europeias e asiáticas, milhares de pessoas têm envergado esta máscara nas manifestações contra a avidez dos bancos e das grandes empresas e a crise financeira mundial, mais de 400 anos depois de Guy Fawkes ter tentado - e falhado - fazer explodir o edifício do Parlamento britânico e derrubar a monarquia protestante de Jaime I, num protesto contra a perseguição religiosa no Reino Unido.

A "carreira" revolucionária da máscara foi iniciada pelo grupo de activistas e piratas informáticos Anonymous, que a assumiram como "cara pública" em 2008, numa manifestação de rua contra a Igreja da Cientologia nos Estados Unidos. Esta máscara, popularizada dois anos antes com o filme V de Vingança, deu resposta à necessidade dos membros do grupo de proteger as suas identidades e, ao mesmo tempo, simbolizar a defesa pelos direitos individuais.


 



                                  Filme: V de Vingança / V for Vendetta 

                                 



                                                                      Fonte 1 
                                                                      Fonte 2


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